sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Renúncia de Fidel

foto extraída de http://br.geocities.com/josemarti_rj/eventos.html

Depois de 49 anos no poder, Fidel Alejandro Castro Ruz, de 81 anos, anuncia sua renuncia à presidência do Conselho de Estado Cubano. Se colocarmos um paralelo entre a ex-União Soviética e Cuba, parece que ninguém venceu. Historiadores perplexos dizem que o socialismo morreu com a queda do Muro de Berlim em 1989 e a quebra da URSS em 1991. Pode ser que com Fidel, o socialismo acabou de ser enterrado. Muitos ainda querem sua morte.
A barba continua espessa. Continua o mesmo olhar ditatorial dizendo "sou duro. não morri ainda, esperem para ver". Desde que chegou ao poder em 1959, na derrubada do governo de Fulgêncio Batista, juntamente com o revolucionário Camilo Cienfuengos Gorriarán, Fidel colecionava amigos. Che Guevara se uniu a ele para a luta armada. Como ministro da indústria e posteriormente presidente do Banco Nacional Cubano, Che era a ameaça ao "imperialismo americano". Como um país tão pequeno pôde assustar uma potência tão grande. Vá se entender. Isso mesmo. Entender Fidel, ou melhor, as idéias de Fidel, é entender a história e vida de Cuba. Ora santo, ora demônio. Muito carismático e falante. Seu maior discurso durou mais de 15 horas - Hugo Cháves aprendeu com ele - Até João Paulo II o visitou !!!. Ameaça ou não, Fidel é retrato esculpido do maior violador dos direitos humanos (Stalin matou muito mais comunistas) e o idealizador de uma sociedade igualitária.
Precisamos ser mais justos com Fidel. Ele restringiu as liberdades individuais, (internet, nem pensar) entretanto a educação é uma das melhores da América Latina. Ah, os cubanos ainda tem dentes bem tratados. Fidel pode também ter executado e ter prendido mais de 200 presos políticos segundo a ONU, no entanto, a mortalidade infantil do país é menor que a cidade de Washington. O analfabetismo é quase nulo e a saúde meu caro, vai muito bem, melhor do que a nossa. Esporte então nem se fala.
Fidel ainda vai ficar na sombra de Cuba. Enquanto ele viver, nada mudará na ilha em que mais de 10 mil cidadãos em média fogem todo o ano. Dizem que ele arquitetou todo o plano de "renúncia". Quer saber, o poder é Fidel, e Fidel é Cuba. "não saio", esse é o perfil nos jornais do olhar caribenho do filho de imigrante espanhol, estudante de direito da universidade de Havana, ditador, revolucionário e que se auto denomina o "homem das idéias".

Pólio Marcos